domingo, 15 de fevereiro de 2009

Henri Cartier-Bresson -

" Na verdade, não estou nada interessado na fotografia em si. A única coisa que quero é captar uma fracção de segundo da realidade."


Henri Cartier-Bresson (22 de agosto de 1908, Chanteloup-en-Brie, Seine-et-Marne, França) foi um dos mais importantes fotógrafos do século XX, considerado por muitos como o pai do fotojornalismo.
Cartier-Bresson era filho de pais de uma classe média (família de industriais têxteis), relativamente abastada. Quando criança, ganhou uma câmera fotográfica Box Brownie, com a qual produziu inúmeros instantâneos. Sua obsessão pelas imagens levou-o a testar uma câmera de filme 35mm. Além disto, Bresson também pintava e foi para Paris estudar artes em um estúdio.

Em 1931, aos 22 anos, Cartier-Bresson viajou à África, onde passou um ano como caçador. Porém, uma doença tropical obrigou-o a retornar à França. Foi neste período, durante uma viagem a Marselha, que ele descobriu verdadeiramente a fotografia, inspirado por uma fotografia do húngaro Martin Munkacsi, publicada na revista Photographies (1931), mostrando três rapazes negros a correr em direção ao mar, no Congo.


Ainda em 1931, após ter frequentado a Ecole Fénélon e o Lycée Condorcet em Paris, algum tempo antes de estudar pintura sob a orientação de Cotenet de 1922 a 1923 e André Lhote de 1927 a 1928. Mais tarde, conclui os estudos de pintura e filosofia na Universidade de Cambridge. A fotografia surge após ter participado numa expedição etnográfica ao México, onde começa a trabalhar como fotógrafo independente.




Em 1932 faz a sua primeira exposição individual, na galeria de Julien Levy. Em 1935 familiarizou-se com a fotografia cinematográfica, trabalhando como assistente de câmara, tendo realizado filmes documentários em Espanha.

É feito prisioneiro de guerra pelos alemães em 1940. Após a sua fuga, em 1943, aderiu ao MNPGD, um movimento de resistência francês, só voltando à fotografia em 1945, altura em que produz muitos livros ilustrados com as suas fotografias, contando entre eles "O momento decisivo", "China em mudança" e " O mundo de Cartier-Bresson". Em 1970, casa-se com a fotógrafa Martine Franck.




Este fotógrafo trabalhou para quase todos os grandes jornais e revistas internacionais. Juntamente com Robert Capa, David "Chim" Seymour e George Rodger, fundou a agência "Magum" e as suas viagens levaram-no à Índia, Burma, Paquistão, China, Indonésia, Cuba, México, Canadá, Japão e antiga União Soviética.

Cartier-Bresson é uma lenda viva. Raramente um fotógrafo foi tantas vezes citado como exemplar de uma das grandes capacidades da fotografia: captar um momento.


Atualmente, Cartier-Bresson já não tira fotografias, tendo regressado à sua paixão original: a pintura e o desenho. Aqueles que lamentam este facto talvez não tenham levado a sério as palavras que proferiu há muito tempo atrás: " Na verdade, não estou nada interessado na fotografia em si. A única coisa que quero é captar uma fracção de segundo da realidade."